Joe Malfs, pseudônimo do cantor, compositor, pesquisador e produtor Plácido Mendes, mais conhecido por seu trabalho musical autoral "Distintivo Blue" (onde também utiliza o pseudônimo  "I. Malförea"), estreia seu novo projeto, Orgânico, na Sala Angelina Timóteo de Oliveira, executando a canção autoral "O Andarilho" no formato voz e violão. 

De forte carga emocional, a letra trata da dura realidade enfrentada pelos animais de rua, expressada no ano passado através do lyric video [ https://youtu.be/WZdng7ycI4U ] produzido em casa, com todos os instrumentos e o processo de gravação, mixagem, masterização e produção do fonograma e do vídeo executados pelo autor, contando com a colaboração de fãs, que enviaram vídeos de animais para integrarem a obra.  A pandemia forçou o artista a produzir suas próprias canções solitariamente, utilizando os recursos disponíveis. 

Neste novo vídeo, experimenta o formato minimalista, num cenário especial: a Sala Angelina Timóteo de Oliveira, batizada em homenagem à sua avó que, assim como centenas de idosos, sofreu com o isolamento causado pela pandemia iniciada em 2020 e faleceu em 5 de outubro de 2022. 

O Andarilho é o vídeo de estreia deste projeto há muito pensado pelo artista, que planeja desenvolver diversos conteúdos musicais no espaço, inclusive incluindo outros artistas locais.

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O vídeo foi gravado em 7 de agosto de 2021 para o I Edital de Premiação Arte e Cultura da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista-BA e, conforme as suas especificações, manteve-se à disposição para uso exclusivo pelo Poder Público pelo prazo de 1 ano após o recebimento da premiação.
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O ANDARILHO
(I. Malförea}

Noite escura
Vento e chuva
A rua sem ninguém

Não devia estar só
Mas podia ser pior
Esperar quem não vem

Todo um mundo girando
Falando, sorrindo, cantando
E ele sempre só

Já cansou de chorar
E é difícil sorrir
Desistiu de amar
É mais fácil fugir

Madrugada
Alvorada
Até o pôr-do-sol

Não devia estar só
Mas é até melhor
Depois do que passou

Todos passam olhando
Censurando ou ignorando
Mas sente, como nós

Não adianta chorar
Ninguém vai acudir
Não merece um olhar
Nem devia existir

Não tem alma
Nem vale nada
Consigo apenas dor

Não devia estar só
O mundo é bem melhor
Pra todos nasce o sol

Uma mão se estendendo
Um abraço apertado
Um sonho, ou algo assim

Eu te ouvi chorar
Então vim até aqui
Chega deste lugar
A dor chegou ao fim